Nem tudo que parece ser ruim, é tão ruim assim!
Como usar o estresse a seu favor
Um dos maiores assuntos da atualidade é sobre o estresse. Como evitar, como tratar e como identificar são questões que todos buscam saber, porém entender sobre o estresse e os benefícios, poucos buscam saber!
Ao longo do tempo foram criando vários mitos e conceitos sobre o assunto: ‘é pânico’, ‘pode matar’, ‘quem sente está desequilibrado’. Contudo, o principal mito é de que essa perturbação é algo da atualidade e que antigamente, nos tempos das cavernas, não existiam o que hoje chamam de picos de estresse, ataque de pânico entre outros conceitos.
Antigamente, quando os homens iam caçar, constantemente sentiam-se ameaçados pelos animais e causavam neles várias reações, por exemplo, de fugir ou matar. O que acontecia com seus corpos é a preparação para essas atividades e sentiam-se fortes para realizá-las e então iam para o ataque.
Hoje, em nossa selva contemporânea não é muito diferente, pois sentimos a todo o momento ameaças, seja em nosso trabalho ou em qualquer outro relacionamento. Isso acontece devido a imensa pressão que sentimos para o cumprimento de metas e pela garantia do seu espaço na sociedade (sociedade esta incluindo a nossa casa e grupo de amigos). Isso acontece quando não temos um planejamento ou condições de fazermos o que realmente gostamos!
A diferença de antigamente é que antes podiam correr, fugir, matar no mesmo instante em que o corpo avisava que precisava dessa liberação. Atualmente, por restrições sociais, conduta ética exigida pela empresa e questões socioeconômicas como a garantia da estabilidade financeira, nos impedem esta tal extravagância e ficamos em estado de alerta o tempo todo. Quando percebemos que estamos neste estado, a ponto de gritar, sair correndo ou até atacar, o que acontece com o nosso corpo é a preparação para essa atividade e se não colocada para fora toda essa energia perde a função e vai se alocando em outras partes do corpo, ou seja, aparecem gripes, dores e etc...
Sabemos que vivemos em comunidade e desempenhamos diversos papeis em nosso dia a dia, no trabalho, em casa, como mães, pais, filhos, alunos, chefe ou empregado e, sabemos também, que lidar com as relações humanas é tão complicado quanto separarmos esses papeis quando transitamos uns aos outros.
Quando o corpo já está saturado de tanta fabricação de energia e não há liberação, o mesmo envia sinais de alerta para pararmos e refletirmos sobre o nosso dia. O corpo e as dores que sentimos não é o nosso inimigo, pelo contrário, eles nos avisam a todo o momento que precisamos olhar para nós e que podemos chorar, podemos errar e recomeçar. Sentir o corpo é sentir que estamos vivos!
Vamos prestar atenção nos sinais:
- Alteração do sono: Seja insônia ou dormir demais. Cada corpo reage de uma forma e alteração do sono é um os primeiros sinais que ocorrem em momentos como esse. De acordo com alguns estudos, o normal seria de seis á sete horas por noite.
- Tensão muscular: Dores na coluna, ombros, pernas, até as dores de cabeça são sinais de energia parada.
- Formigamento nas mãos ou rosto: Em excesso busque informações com o médico
- Problemas na pele: Quando aparece excesso de espinha, manchas e algumas alterações.
- Hipertensão: Tensão arterial excessiva, batimentos cardíacos em excesso.
- Mudança de apetite – Comer mais do que o normal ou menos do que o normal
- Alterações de humor – Picos de irritação, choro constante.
- Perda de interesse pelas coisas – Sem vontade de criar novas possibilidades
- Problemas de atenção, concentração e memória – Nós perdemos o foco rapidamente durante atividade
- Ansiedade – Pernas balançando, pensamentos muito rápidos, tremor.
- Depressão – Estado de desânimo, não reconhecendo sua personalidade e autonomia sobre a vida.
Causas estressoras
Um dos principais passos para identificar se estamos ou não em momentos de estresse e também sua verdadeira causa é identificando as nossas resistências e refletindo sobre o momento; se são causas internas ou externas.
Quando nos retiramos deste momento de estresse, podemos refletir sobre a situação ocorrida. Lembrar passo a passo sobre a situação, como começou, quem estava no local, quais foram os primeiros sentimentos, as primeiras falas, são fatos que nos levam ao autoconhecimento e com isso, autocontrole.
Para conseguir identificar, a melhor opção é o questionamento: o que me desagradou? O que aconteceu foi algo interno, de personalidade minha no qual o ambiente exige algo que não sou ou são mudanças externas e me causa resistência a isso? Qual atitude, diferente da que tomei, que eu poderia ter tomado naquele momento? Como posso reagir sem prejudicar ninguém e a mim mesmo na próxima vez que ocorrer este fato?
Ao conhecer essas causas e atitudes próprias podemos então buscar uma forma e eliminar toda energia acumulada. Passamos a ter autocontrole e domínio sobre a situação.
Usando o estresse a seu favor.
Uma psicóloga pesquisadora americana, Kell Mcgonigal, estuda sobre os efeitos do estresse há mais e 10 anos. E uma das primeiras hipóteses que defende é “Quando você muda sua mente sobre o estresse, você muda também a resposta do seu corpo ao estresse”.
Vimos que o estresse é quando estamos passando por um momento critico de ameaça, seja no trabalho ou em qualquer situação pessoal e que, com isso, podem ocorrer vários sinais pelo o seu corpo. ‘“Mas e se cada um de vocês pensar que o seu corpo esta te energizando e te propondo um desafio?” desafia a pesquisadora.
Podemos lembrar que quando o coração acelera esta te preparando para uma ação e quando há uma respiração rápida é oxigênio indo para o cérebro, o que te torna mais confiante, pois passa a liberar hormônios que nos preparam para um ataque.
Em uma situação de estresse o seu coração acelera e as válvulas se contraem – isso se associa as grandes doenças vasculares- mas, há um hormônio chamado OXITOCINA, chamado por muitos do hormônio da alegria e também o hormônio do estresse. Este neuro hormônio é liberado quando abraçamos alguém transmitindo confiança favorecendo a permanência em relações duradouras. Quando estamos em situações de estresse a ponto de sofrermos um colapso é liberado esse hormônio e a grande reação é a busca de ajuda, ter contato humano o que potencializa a nossa solidariedade. A oxitocina neste momento serve como um ‘antiflamatório natural’ e fica como uma função de proteger o sistema vascular, citado ali em cima sobre as válvulas que contraem, portanto, este hormônio ajuda a relaxar.
Podemos observar que, quando há um reconhecimento de que podemos controlar o estresse, usar a seu favor e que a melhor forma de combater o nosso colapso é sermos solidários, olhando ao redor, recebendo e doando carinho, conseguimos vencer o estresse!
Quando você usa toda essa energia para realizar tarefas que te agradam a sua agilidade melhora e você passa a se desafiar cada vez mais. Questiona-se: Você esta no lugar correto?”Faz o que gosta?” Você esta sendo um bom líder em sua casa e em seu trabalho?”Esta deixando com que as pessoas se desenvolvam com as suas próprias potencialidades?” Esta escutando os seus amigos e permitindo a cada um o seu espaço?”
Pesquisas mostram que pessoas que fazem algum ato solidário têm menos riscos de ter ataques cardíacos. Convido a você a prestar atenção e refletir: Quantas pessoas você já abraçou hoje? Quantas pessoas você permitiu que te abraçassem?
Não podemos esquecer as atividades físicas: Ajuda a liberar toda a tensão e cuidar da saúde mente-corpo. Busque aquilo que melhor te agrade, sem excessos que possam causar algo prejudicial à saúde.
O papel do psicólogo
No encontro com o psicólogo, juntos irão iniciar um processo de descoberta de si e do ambiente que vive. Ajuda o paciente a encontrar seus próprios mecanismos de superação e formas de garantir uma vida mais saudável. Uma das grandes buscas por terapia é para saber lidar com as frustrações do dia a dia e, com técnicas e ambiente propício para ajudar o paciente a refletir, o psicólogo permite a superação do indivíduo, buscando ter mais autonomia sobre sua vida. A importância de parar e ter o seu próprio momento é fundamental para potencializar em si todo o sentimento de querer estar próximo do outro e ser feliz com sua vida. Investir em si mesmo é o melhor investimento para gerar saúde, gerar paz e uma vida mais plena.
Não há respostas para a melhor forma de se viver, não há dicas e nem fórmulas mágicas. A melhor forma de viver é a forma como você enxerga a sua própria vida e a terapia irá lhe ajudar a desenvolver isso em si mesmo abrindo espaço para uma vida saudável.
Importante: em nenhum momento deve-se lançar mão da automedicação.